"Eu nunca soube escrever versos, o que digo são palavras do avesso e sentimentos incertos"...

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segunda-feira, abril 13, 2015

Prefácio


Entre esses versos e o avesso das coisas que disse;
Terminou o amor;
Assim como termina um filme ou um livro que se lê.

Entre os olhos tímidos que fixavam os sorrisos;
Ficou perdido o abraço;
Junto aos rabiscos nas paredes.

Eu não posso gritar nesses versos
Não consigo correr nos meus sonhos
Não posso ganhar em seus jogos.
Não vale a pena

Quem eu sou,
Nada se assemelha a quem fui.
E as escolhas que fizemos
Corroem agora as promessas

Quem descobriu o amor,
Não morreu por ele.
Mas pela falta,
Morreu solitário,
Mais ainda assim,
Morreu de amor. - Bruno Ot


quinta-feira, abril 09, 2015

Despedida


Vai. 
Toma teus sonhos e os coloque na mochila.
Ajeite bem as esperanças; há sempre lugar.
Os medos; coloque em um compartimento separado
da oportunidade, da vontade de descoberta e da chance de tentar.

Incertezas frouxas? - Amarre bem o cadarço. 
Aqueles roupa velha, com fios desfiados; qual era mesmo a cor? 
Humildade; não é? 
Combina com qualquer outra peça, principalmente com um sorriso.

Aquele lugar novo que vai desbravar;
mesmo se fizer frio, 
não vista conceitos formados ou julgamentos precipitados
ou mesmo aquele calçado apertado.

Sabe aqueles anos, aqueles longes do passado; quando trocamos presentes? 
Deu-me amizade e retribui com amor.
Não os esqueça; eu bem sei que na mochila não cabem. 
São grandes e desajustados e às vezes; até mesmo um saco.
Mas; vai!

Eu que fico, cuido bem deles;
Se encontrar qualquer outra coisa no caminho que te prenda; pois bem.
Mas se voltar, terá de voltar; 
amor...


sábado, outubro 06, 2012

Singular


Conjuga-me em tempos verbais ainda não criados;
Em um presente mais que perfeito,
Em nosso futuro nem não tão distante,
De um passado mais que bonito.

Seja mais que imperativo,
Imponha a mim todos teus caprichos.
De forma subjetiva;
Queira o mar e o sol,
E eu te dou o infinito.

Seja apenas o hoje,
O amanhã,
E o sempre.
Seja sempre, apenas o hoje e o amanhã.
E que nas pessoas do singular,
Sejamos EU e você.
Nós dois; assim, no plural.

sábado, setembro 08, 2012

Atemporal


O abraço breve, quase fraternal.
O sorriso leve, de canto casual.
O aperto de mão doce, nada muito formal.
Olhar sereno, fora do normal.

Uma conversa branda, amigável e sincera;
Vem do tempo da espera e da árvore da vida,
Dessa que muita gente duvida ou gente dessas,
Que vive meia vida,
Ou vida essa,
Que só vive quem acredita,

O almoço no parque em um domingo ensolarado.
Os talheres em casa, todos alinhados.
Em vão todos os preparativos,
Comemos e saboreamos todos os aperitivos
Sem qualquer manual.

Uma volta em volta dos tempos de antiga;
Cantamos as músicas novas e também as velhas cantigas.
Dançamos os mesmos passos.
Nossos pés nunca pisam em falso,
Mas falseiam em pisar no quente do asfalto,
Nossos quentes corações nunca estão cansados.

Um beijo apaixonado do jovem casal
Tão apaixonado quanto o das bodas de coral
E coral da praça; toda a gente e toda a massa.
A se beijar e a beijar seus filhos, seus maridos,
Seus amigos; tão queridos.
E a celebrar o amor
Um eterno ritual.

domingo, agosto 05, 2012

Penúria


Daquele que não é teu.
Ao mesmo tempo em que teu és, ou foi
Aquele instante já passado.

Não somos donos de ninguém,
Não pertencemos a nós mesmos;
Somos o canto perdido dos pássaros.
Os passos dos compassos, e os sonhos perdidos no espaço,
De um tempo sem fim, sem meio e sem começo.

Somos todos viajantes solitários,
Que andam nessa estrada, a ilusão de que estamos acompanhados,
Sem sombra, sem luz e sem sol.

Deixamos pegadas que se apagarão do retrato
Colorimos amores que acabarão desbotados
Insinuamos sorrisos, pra enfim, sorrir ensaiado.

Diz-me o que importa nesse grã espetáculo,
 Imponha a mim os teus tratos.
Descobre da luz, do véu e da lua,
A certeza de que nada mais somos
Que um breve colapso.